Maria Aparecida Moura – CPINFO, Belo Horizonte, Brasil.
Data e local: Belo Horizonte, segunda-feira, 03 de setembro de 2012.
Contato: ddc-cpinf@proex.ufmg.br
Realização e disponibilização online: Maria Aparecida Moura (CPINFO/UFMG) Marcos Morais (CPINFO/UFMG) Débora Bretz (CPINFO/UFMG) Filipe Medeiros (CPINFO/UFMG) Helton Santos (Núcleo WEB/CEDECOM/UFMG)
Tema(s): Semiótica, Teoria Explicativa, Signo
Idioma(s): português
APRESENTAÇÃO
Na série Perfis, pesquisadores e professores de diferentes departamentos e laboratórios de pesquisa da UFMG e outras instituições de ensino, refletem sobre a trajetória acadêmica, o processo de criação, ciência, conhecimento, extensão universitária e os elementos que constituem uma carreira científica.
Tempo: 36:01
Sumário 00:16 Ciência 01:19 Concepção de semiótica 02:58 Correntes de pensamento na semiótica 05:34 Semiótica peirceana 07:42 Semiótica na contemporaneidade 09:52 Semiótica como teoria explicativa 12:17 Semiótica brasileira e o cenário internacional 15:44 Concepção de informação 17:43 Signo e informação 19:00 Poéticas audiovisuais 24:06 Argumento-dispositivo 25:21 Percurso semiótico 27:13 Semioticista no Brasil 28:56 Ambiente de pesquisa 32:15 Conhecer pela via semiótica 33:04 A formação de semioticistas
Currículo Julio César Machado Pinto obteve seu Ph.D. na University of North Carolina at Chapel Hill, EUA, em 1985, e fez estudos de pós-doutoramento na Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, 1992. Atualmente é professor de Semiótica, Coordenador do Mestrado em Comunicação Social da PUC Minas. É Presidente da Compós – Associação Nacional de Programas de Pós-graduação em Comunicação (2011-2013), tendo sido Vice-Presidente na gestão anterior (2009-2011) Autor de inúmeros livros, capítulos de livros e artigos publicados no Brasil e no exterior, tem atuado como avaliador institucional do Inep e consultor da Capes e da FAPESP. Atua na área de Comunicação. Em seu currículo Lattes os termos mais frequentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: semiótica, linguagem, comunicação, filosofia da linguagem, teoria da imagem, cinema e TV, arte, mídia eletrônica, teoria literária e tradução intersemiótica. (Texto informado pelo autor)
OpenEdition é um centro que trabalha pela publicação aberta de conteúdos eletrônicos e oferece à comunidade acadêmica três plataformas internacionais de publicação de informação em ciências humanas e sociais. Os catálogos dispõem, no momento, de 366 revistas e jornais científicos, 13.393 eventos e 481 blogs de pesquisa.
As três plataformas do Open Edition podem ser utilizadas da seguinte maneira:
Se você é um membro da equipe editorial e deseja desenvolver uma edição eletrônica de um jornal ou de uma série de livros, faça uma aplicação em Revues.org
Se você deseja desenvolver um blog de pesquisa, faça uma aplicação em Hypotheses.org.
Se você organiza um evento científico e gostaria de promovê-lo, pode sugerir seu anúncio à Calenda.
O Centro para a publicação eletrônica aberta organiza também treinamentos adaptados para usuários de várias plataformas “e os seus leitores: Readership.
Discussões recentes, como o artigo de Fernanda Bruno apresentado na Compós de 2012, trazem à tona a ideia de que a cada vez que navegamos pela Internet, geramos uma série de registros dessa navegação – que a pesquisadora chama de rastros. Tais registros são compostos pelas pesquisas que fazemos de madrugada, a trabalho ou a lazer; pelos posts em blogs e redes sociais; por informações sobre e-mails recebidos e enviados; entre muitos outros.
Mas o que se faz com esse tipo de registro? Eles alimentam de campanhas de marketing a perseguições políticas. Além dos sites de busca e de redes sociais, por exemplo, são gerados por ferramentas de rastreamento chamadas de Deep Packet Inspection (DPI), como a da empresa Narus, acusada de ajudar o ditador egípicio Hosni Mubarak a perseguir os opositores de seu regime. O projeto de documentário Freenet, lançado em maio de 2012, pretende jogar luzes sobre a questão.
Historicamente, a vigilância tem justificativas baseadas na ideia de um bem comum. Foucault (2004) lembra que era assim no século XVII, quando se descobria em uma cidade a peste europeia e no panóptico de Jeremy Bentham, concebido no final do século XVIII. A noção se mantém em voga: no Orçamento Participativo de 2011, sete das nove regionais que compõem a cidade de Belo Horizonte tiveram a instalação de câmeras de videomonitoramento como um dos projetos mais votados pela população.
No contexto digital, a vigilância é justificada como forma de promover a comodidade dos usuários, oferecendo conteúdo de acordo com os interesses pessoais; de financiamento de produtos e serviços gratuitos, por meio da venda de publicidade; e também de segurança – backdoors em softwares possibilitam que os programas sejam atualizados sem que o usuário precise ter maiores conhecimentos da tecnologia em questão, possibilidade criticada por Richard Stallman.
E quem vigia os vigilantes? Essa é uma questão de extrema relevância, inclusive porque os estados têm proposto medidas de vigilância como estratégia de combate a questões de escala tão díspare quanto os crimes financeiros e o download ilegal de músicas. Acta, Sopa, Pipa e Hadopi são alguns dos exemplos de leis propostas em diferentes países e que, sob o pretexto de garantir a segurança (de quem?), tornam seus cidadãos vulneráveis à vigilância de sua navegação.
Entre as teorias da cibercultura, mais especificamente no cyberpunk, os hackers são os responsáveis pela resposta a esse tipo de vigilância. Cabe, aqui, não confundir hackers e crackers. Hacker, explica Stallman, é aquele que gosta de desafios, que se sente motivado pela ideia de resolver questões – termo tomado pela informática para fazer referencias àqueles que passam horas a fio trabalhando em problemas de programação. Hackers seguem códigos de ética bastante claros, alguns deles publicados na Internet. Um dos exemplos é o Chaos Computer Club, sediado na Alemanha. Em 1984, seus membros desviaram 135.000 marcos da Caixa Econômica de Hamburgo e, na manhã seguinte, foram ao banco devolver o dinheiro e alertar para as falhas de segurança do sistema (LEMOS, 2004).
Além da presença em nosso cotidiano, a oposição entre vigilância e anti-heróis une a literatura cyberpunk, em livros como o precursor do gênero Neuromancer, de William Gibson, e a academia. Também é pano de fundo dos movimentos de ocupação que se multiplicam atualmente.
Para se aprofundar:
LEMOS, André. Cibercultura: tecnologia e vida social na cultura contemporânea. Porto Alegre: Sulina, 2004.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 2004.
SILVEIRA, Sérgio Amadeu; ALENCAR, Anderson Fernandes; MACHADO, Murilo Bansi; EVANGELISTA, Rafael; AGUIAR, Vicente Macedo (org). Software livre, cultura hacker e ecossistema da colaboração. Disponível em: http://wiki.colivre.coop.br/pub/Main/VicenteAguiar/livrohqp.pdf . Acesso em: 01 ago. 2012.